quinta-feira, 30 de junho de 2016

Você conhece o Kevin Johansen?


Nunca ouviu nada dele? Pre-ci-sa ouvir.
É o melhor compositor e intérprete da atualidade. E olha que nunca fui muito chegada em música cantada em castelhano. Não, ele não é espanhol, é argentino. Na verdade, é americano, nascido no Alaska. O pai é americano, a mãe, argentina. Ele em canta em inglês também. Algumas vezes mistura as duas línguas.
O gênero? Hummmm. Difícil responder. Uma vez, um jornalista perguntou como ele definiria seu gênero musical já que transita por diferentes ritmos, línguas e culturas. Ele respondeu, sem pestanejar “yo soy um degenerado”.
Meu degenerado favorito vai do country (Susan Surrender) ao calypso (Apocalypso), da ciranda (el Círculo) à procissão (La Procesión), do rock (McGuevara O Chedonalds,)  à cumbia (Cumbiera intelectual), passando pela balada romântica (mas jamais melosa, como Te quiero), pelo blues (Down with my baby), bossa nova (You are the Bossa), tango (La Tangómana), indígena da América do Norte (Whyoh), música dos pampas (Vecino), milonga (Milonga que pasó)... E essa é só uma brevíssima amostra.
Eu e ele
Mas aí é que está. Mesmo que você identifique o gênero, ele dá um jeito de transgredir – seja com uma letra absolutamente inusitada, com as mudanças de uma língua para outra ou com a participação de algum convidado especial.  Se você quer colocá-lo numa caixinha, esquece.
Degenerado e inclassificável.
Meu inclassificável favorito tem uma habilidade toda sua pra jogar com as palavras, pra combinar e misturar o inglês, com espanhol (ou “estranhol”, como ele mesmo diz) e ainda, de vez em quando, colocar umas pitadas do nosso português com seu delicioso sotaque. Pra se ter uma ideia, a banda, que o acompanha há anos, chama The Nada, seu mais recente álbum "Mis Americas".
Não bastasse compor com poesia e originalidade, interpretar com voz terna e grave, ele ainda tem o atrevimento de recriar canções – pois não dá pra dizer que são só versões. E suas escolhas são inusitadas: “Hotel California” do Eagles, “Modern Love”, do David Bowie e “La Chanson de Prevért”, de Serge Gainsbourg – sim, ele canta também em francês,  “Since I Don't Have You”, dos Skyliners e até Beatles, com “We can work it out” e Culture Club em “Karma Kamaleon”(essas, só em vídeo).
É música pra ouvir e dançar, pra ouvir e cantar junto, pra ouvir e se emocionar, pra ouvir e rir, pra ouvir e pensar, pra ouvir e ouvir e ouvir e ouvir e ouvir.
Ouça. Tem tudo no Deezer. Deve ter no Spotify.
E veja. Tem muitos vídeos no youtube. Ainda por cima, ele é lindo.

Depois que você ouvir, eu conto do show. 

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