Precisava comprar um guarda-chuva para o Martim, que agora vai de ônibus para
escola e percorre um trecho a pé. Não que ande chovendo muito, mas diz a Lei de
Murphy que a chance de cair um pé d’água aumenta significativamente quando você
não pode chegar ensopado à aula.
Então, na hora do almoço, passei no carrinho do homem do alho que ampliou seus negócios e agora vende também sombrinhas e guarda-chuvas. Ele deve ter seus sessenta anos, mas aparenta mais. Pele enrugada e queimada de sol, cabelos curtos e brancos, sorriso amplo e desdentado, ele exibe os diferentes modelos, explica as funcionalidades e informa os valores que, bem sei, podem ser facilmente regateados.
Escolho um modelo, pergunto o preço. Lembro então que estou sem dinheiro. Ele não aceita cartão. Decido ir almoçar, tirar dinheiro e passar na volta.
Entro na galeria do Copan. Há uma lojinha de quinquilharias que já me salvou em várias circunstâncias. Tem de um tudo: de fones de ouvido a adesivos de parede importados, de baterias a lenços de seda e móbiles. E guarda-chuvas.
As donas, duas moças, são sempre simpáticas e atenciosas. Aceitam cartão. Parcelam. Elas têm o mesmo modelo de guarda-chuva que escolhi no carrinho do homem do alho. Idêntico. Mesma marca. Mas elas cobram 30% mais caro. Alegam que o dele deve ser falsificado. Não é. Ninguém gasta energia falsificando guarda-chuva. Até onde eu sei, guarda-chuva não tem grife.
Estou com fome. Então deixo para decidir depois de comer.
De um lado, o homem do alho, com sua idade, a família que deve ter para sustentar, a falta de perspectiva e seu carrinho repleto de alhos e guarda-chuvas.
De outro, as mocinhas das quinquilharias, que pagam aluguel, luz, impostos e taxas dos cartões, investem no seu pequeno negócio, que deve sustentar seus filhos pequenos ou seus pais idosos.
Diante disso, de quem eu deveria comprar?
Então, na hora do almoço, passei no carrinho do homem do alho que ampliou seus negócios e agora vende também sombrinhas e guarda-chuvas. Ele deve ter seus sessenta anos, mas aparenta mais. Pele enrugada e queimada de sol, cabelos curtos e brancos, sorriso amplo e desdentado, ele exibe os diferentes modelos, explica as funcionalidades e informa os valores que, bem sei, podem ser facilmente regateados.
Escolho um modelo, pergunto o preço. Lembro então que estou sem dinheiro. Ele não aceita cartão. Decido ir almoçar, tirar dinheiro e passar na volta.
Entro na galeria do Copan. Há uma lojinha de quinquilharias que já me salvou em várias circunstâncias. Tem de um tudo: de fones de ouvido a adesivos de parede importados, de baterias a lenços de seda e móbiles. E guarda-chuvas.
As donas, duas moças, são sempre simpáticas e atenciosas. Aceitam cartão. Parcelam. Elas têm o mesmo modelo de guarda-chuva que escolhi no carrinho do homem do alho. Idêntico. Mesma marca. Mas elas cobram 30% mais caro. Alegam que o dele deve ser falsificado. Não é. Ninguém gasta energia falsificando guarda-chuva. Até onde eu sei, guarda-chuva não tem grife.
Estou com fome. Então deixo para decidir depois de comer.
De um lado, o homem do alho, com sua idade, a família que deve ter para sustentar, a falta de perspectiva e seu carrinho repleto de alhos e guarda-chuvas.
De outro, as mocinhas das quinquilharias, que pagam aluguel, luz, impostos e taxas dos cartões, investem no seu pequeno negócio, que deve sustentar seus filhos pequenos ou seus pais idosos.
Diante disso, de quem eu deveria comprar?
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