A noite cai. Não. Ali, a noite despenca. Do céu colorido à escuridão total, passam-se poucos minutos. Minutos nos quais a metamorfose das cores e luzes parece o trabalho de um artista temperamental, que, indeciso, não sabe que tons usar. Uma leve brisa sopra e o calor se esvai, deixando uma temperatura amena e agradável.
Durante o jantar, servido mais uma vez embaixo da mangueira, a turma começa a relaxar. Banho frio, cerveja gelada, petiscos saudáveis e saborosos, fazem a conversa fluir. Os meninos já brincam juntos. Os adultos, pouco a pouco, vão se apresentado. As caras vão ganhando nomes, lugar de origem e ocupação. Os guias, bem humorados, também colaboram pra que o ajuntamento de pessoas passe a formar um grupo: conversam, fazem brincadeiras, contam causos.
Encontro Julio, voltando de uma caminhada na escuridão. Carlão, também acordado, está a postos com sua supercâmera sobre um tripé, para flagrar o nascer do sol.
A estrada é basicamente plana, de terra basicamente dura. O combinado é que eu não saia da fazenda. André, um dos guias, me pediu que não saísse por medidas de segurança. Vai que encontro uma onça encerrando o expediente... Meu sprint não é tão bom assim.
Desencano do Ipod e corro ao som do Jalapão. As aves saúdam o sol que desponta. E imediatamente manda o friozinho pra longe.
Rio do Sono |
Os meninos fazem castelos de areia. A areia é fina, como as mais finas areias das praias costeiras.
Deixamos o Rio do Sono acordados, revigorados e prontos para mais kms de terra sob o sol.
No meio do caminho, tem uma Catedral, e em frente a ela, o grupo fez a primeira foto coletiva.
Na porta da igreja, ops, Serra da Catedral |
Feitas as juras, seguimos para São Félix do Jalapão.
Calor escaldante, mas o almoço foi numa choupana bem sombreada, coberta por folhas de piaçava. Não a vassoura, mas uma palmeirinha anã que nasce feliz no cerrado.
Depois da refeição, fomos em busca de sorvete. Impossível saber as opções de sabor:
Eu (apontando para a geladeira onde um sem número de picolés de embalagens diferentes se espremem, um colado ao outro):
- De palito, tem de que?
A dona da sorveteria:
- Picolé...
Aponto então para os potes de massa:
- E de massa...?
A dona da sorveteria:
- É sorvete...
Desisto de escolher. Pego o primeiro que aparece.
O ponto alto do dia é a Cachoeira da Formiga. Ali, em suas águas turquesas, os que ainda resistiam aos encantos do Jalapão, acabam por se entregar.
Deixamos a água bater forte nas costas, submergimos abaixo da correnteza, competimos para ver quem consegue ir e vir por baixo d'água, deixamo-nos arrastar pelas águas.
O Jalapão nos envolve, nos refresca, nos diverte.
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