terça-feira, 5 de maio de 2015

Jalapaixão - 2ª parte


A noite cai. Não. Ali, a noite despenca. Do céu colorido à escuridão total, passam-se poucos minutos. Minutos nos quais a metamorfose das cores e luzes parece o trabalho de um artista temperamental, que, indeciso, não sabe que tons usar. Uma leve brisa sopra e o calor se esvai, deixando uma temperatura amena e agradável.

Durante o jantar, servido mais uma vez embaixo da mangueira, a turma começa a relaxar. Banho frio, cerveja gelada, petiscos saudáveis e saborosos, fazem a conversa fluir.  Os meninos já brincam juntos. Os adultos, pouco a pouco, vão se apresentado. As caras vão ganhando nomes, lugar de origem e ocupação. Os guias, bem humorados, também colaboram pra que o ajuntamento de pessoas passe a formar um grupo: conversam, fazem brincadeiras, contam causos.

Hora de dormir.  A cama de sleeping, com colchão inflável, é surpreendentemente confortável. Meus vizinhos roncam. Uma gata no cio atormenta outros gatos. Galos, boêmios, resolvem cantar. Mesmo assim, levanto antes do sol e não me sinto cansada. Quando começa a clarear, saio para uma corrida.

Encontro Julio,  voltando de uma caminhada na escuridão. Carlão, também acordado, está a postos com sua supercâmera sobre um tripé, para flagrar o nascer do sol.  

A estrada é basicamente plana, de terra basicamente dura. O combinado é que eu não saia da fazenda. André, um dos guias, me pediu que não saísse por medidas de segurança.  Vai que encontro uma onça encerrando o expediente... Meu sprint não é tão bom assim.

Desencano do Ipod e corro ao som do Jalapão. As aves saúdam o sol que desponta. E imediatamente manda o friozinho pra longe.

Rio do Sono
A próxima atração, é o Rio do Sono. Nosso primeiro encontro com as águas jalapenses. Cristalina, fria, mas não gelada, com uma correnteza que não deixa nem o mais intrépido dos nadadores do grupo vencerem-na. E olha que tentamos. Apostei uma cerveja com o Décio que chegaria até a ponte,  mas não fui capaz.

Os meninos fazem castelos de areia. A areia é fina, como as mais finas areias das praias costeiras. 
Deixamos o Rio do Sono acordados, revigorados e prontos para mais kms de terra sob o sol.

No meio do caminho, tem uma Catedral, e em frente a ela, o grupo fez a primeira foto coletiva. 

Na porta da igreja, ops, Serra da Catedral

Feitas as juras, seguimos para São Félix do Jalapão. 

Calor escaldante, mas o almoço foi numa choupana bem sombreada,  coberta por folhas de piaçava. Não a vassoura, mas uma palmeirinha anã que nasce feliz no cerrado.

Depois da refeição, fomos em busca de sorvete. Impossível saber as opções de sabor:

Eu (apontando para a geladeira onde um sem número de picolés de embalagens diferentes se espremem, um colado ao outro): 
- De palito, tem de que?
A dona da sorveteria: 
- Picolé...
Aponto então para os potes de massa:
- E de massa...?
A dona da sorveteria:
- É sorvete...

Desisto de escolher. Pego o primeiro que aparece. 

O ponto alto do dia é a Cachoeira da Formiga. Ali, em suas águas turquesas, os que ainda resistiam aos encantos do Jalapão, acabam por se entregar.



Deixamos a água bater forte nas costas, submergimos abaixo da correnteza, competimos para ver quem consegue ir e vir por baixo d'água, deixamo-nos arrastar pelas águas. 
O Jalapão nos envolve, nos refresca, nos diverte. 


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